Profissões Antigas
Você já refletiu sobre o fato de que algumas profissões não existem mais?
por: Júnior Bolinha, Lêda Lima, Rafaella Leite, Vitor Barboza
Você já refletiu sobre o fato de que algumas profissões não existem mais? Os entregadores de jornais e de leite que percorriam as casas nas décadas de 60 e 70 do século passado agora estão apenas na memória. Esse é um processo natural, uma vez que a sociedade muda, e o mundo acompanha essa evolução.
Com toda a transformação digital das últimas décadas, muitas profissões caíram no esquecimento ou foram extintas. Algumas ainda resistem, mesmo que estejam perdendo espaço no mercado devido à escassez de novos profissionais na área, tornando essas profissões ameaçadas de extinção. Outras continuam ao longo do tempo, perdurando enquanto o mundo existe.
Motivados pelo desejo de documentar profissões antigas que ainda estão presentes, saímos com câmeras nas mãos para criar imagens e conhecer a história desses profissionais que desempenham atividades essenciais para a vida de todos nós.
Essa é uma profissão tão importante que, mesmo depois de séculos, ainda existe. É um ofício muito singular. O sapateiro é o profissional que se dedica aos concertos de sapatos ou de calçados em geral. É uma profissão ameaçada de extinção e com poucos profissionais capacitados no mercado. E esta profissão tão antiga é a que coloca nossos pés no chão com segurança, conforto e deixa nossos sapatos com aparência de novos, lindos e prontos para desfilar pelas ruas com estilos.
Celeiro, profissão que se confunde com arte, cada celeiro é o artesão da sua própria arte e sua marca. A profissão de celeiro é rara, mas valorizada, sendo passada de geração para geração, tradição familiar que resiste aos avanços tecnológicos por ter a maestria da sensibilidade do artesão celeiro.
"O sertão não tem janelas, nem portas. E a regra é assim: ou o senhor bendito governa o sertão, ou o sertão maldito vos governa." - Guimarães Rosa
A joia do sertão baiano foi lapidada pela pecuária extensiva. Desde o final do século 18 os homens e mulheres de sertanía teciam seus destinos. Os boiadeiros partiam acompanhados de poucos litros d'água, comida e uma gibeira com dinheiro, para quiçá com um pouco de sorte poder comprar algum gado magro para a criação familiar. O restante da familia ficava em casa cuidando das poucas posses, labutando de dia nas casas de farinha e na roça ao preparar a terra para a chegada da chuva. 183 anos depois, as marcas do tempo permanecem registradas em cada mão calejada que escreve e conta histórias.
Com agulha e linha, a costureira transforma tecido em arte, criando beleza à medida. Ela é a responsável por tecer e costurar tecidos que guardarão histórias. As mãos de uma costureira guardam profundas narrativas. Formada muitas vezes pela vida, a profissão pode ser passada de geração para geração. A habilidade de unir tecidos para criar roupas e outros itens é uma das atividades mais antigas associadas à civilização humana. Com paciência e destreza, a costureira transforma panos simples em vestimentas que falam por si.
Valdalúcia Soares de Lima, aprendeu a costurar com sua mãe. Após alguns anos, ela consegue um certificado da profissão. Mas, não foi lá que aprendeu, ela carrega nos traços uma marca, de um grande aprendizado que se é passado. Sua história na costura se inicia na família e se firma na base da família. Em seu ateliê, ela cativa as narrativas familiares e costura com muito esmero os tecidos, não só materiais, como também os tecidos empíricos de uma geração.